Os cidadãos da República Centro-Africana devem votar no domingo em eleições presidenciais e legislativas marcadas por controvérsia. Espera-se que as eleições potencialmente estendam o mandato do Presidente Faustin-Archange Touadera para além do limite constitucionalmente estabelecido de dois mandatos, um desenvolvimento que atraiu críticas de grupos de oposição.
O Presidente Touadera, que ganhou atenção internacional por adotar o Bitcoin como moeda legal em 2022, iniciou anteriormente um referendo que aboliu com sucesso os limites de mandato presidencial. Esta medida, juntamente com atrasos na confirmação das candidaturas de importantes opositores, levou alguns partidos da oposição a boicotar as eleições, alegando que são uma "farsa", de acordo com declarações divulgadas pelo Coletivo de Partidos Políticos para Alternativa (CPPA).
O processo eleitoral tem enfrentado escrutínio por parte de observadores internacionais. Foram levantadas preocupações relativamente à transparência e imparcialidade do processo de registo de eleitores e à capacidade de todos os cidadãos participarem livremente. A Autoridade Nacional Eleitoral afirmou que tomou medidas para garantir uma eleição credível, incluindo o envio de pessoal adicional para as assembleias de voto e o trabalho com parceiros internacionais para monitorizar o processo.
Entre os candidatos que desafiam Touadera estão o antigo Primeiro-Ministro Anicet-Georges Dologuélé e Martin Ziguélé, ambos os quais já se candidataram à presidência. A campanha de Dologuélé tem-se concentrado em abordar os desafios de segurança em curso no país e em melhorar a economia, enquanto Ziguélé tem enfatizado a necessidade de reconciliação nacional e boa governação.
A República Centro-Africana tem lutado contra a instabilidade e o conflito durante anos. O governo tem combatido vários grupos armados pelo controlo do território e dos recursos. A presença de forças internacionais de manutenção da paz, incluindo a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), tem sido crucial para manter uma paz frágil.
O resultado da eleição provavelmente terá implicações significativas para o futuro do país. Uma vitória para Touadera poderá levar a uma maior consolidação do poder e à continuação da implementação das suas políticas, incluindo a controversa adoção do Bitcoin. Uma mudança na liderança poderá trazer novas abordagens para enfrentar os desafios do país, mas também potencial incerteza e instabilidade. As eleições estão a ser acompanhadas de perto por atores regionais e internacionais, que esperam um resultado pacífico e credível que contribua para a estabilidade a longo prazo da República Centro-Africana.
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