A comunidade internacional está condenando amplamente o reconhecimento formal de Israel da Somalilândia como um estado independente. A Liga Árabe, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), a União Africana (UA) e a Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) juntaram-se a um coro crescente de países e ministros das Relações Exteriores ao expressarem sua desaprovação à medida.
A Somalilândia, localizada no Corno de África, declarou a sua independência da Somália em 1991, após o colapso do governo central somali. Apesar de manter um governo relativamente estável e a sua própria moeda, passaporte e instituições, a Somalilândia tem lutado para obter reconhecimento internacional. O Presidente Abdirahman Mohamed Abdullahi tem feito deste reconhecimento uma prioridade fundamental desde que assumiu o cargo no ano passado.
O anúncio de Israel na sexta-feira de que considera a Somalilândia um estado independente e soberano foi recebido com forte oposição, particularmente da Somália, que vê a Somalilândia como parte integrante do seu território. O governo da Somália exigiu que Israel rescindisse o seu reconhecimento.
A Liga Árabe, representando 22 estados árabes, emitiu uma declaração reiterando o seu compromisso com a soberania e integridade territorial da Somália. O CCG, uma aliança política e econômica de seis países do Oriente Médio, ecoou este sentimento. A União Africana, composta por 55 estados membros, tem historicamente apoiado a integridade territorial dos seus estados membros, tornando o reconhecimento da Somalilândia por Israel um desafio aos seus princípios estabelecidos. A OCI, representando 57 países de maioria muçulmana, também manifestou a sua oposição.
A medida de Israel é vista por alguns analistas como uma tentativa de ganhar uma posição estratégica no Corno de África e de potencialmente contrariar a influência iraniana na região. Outros sugerem que é uma decisão calculada para estabelecer relações com uma entidade estável e autogovernada numa região volátil.
O reconhecimento também gerou debate dentro de Israel, com alguns questionando as potenciais ramificações para as suas relações com outras nações africanas e com a comunidade internacional em geral. As implicações a longo prazo da decisão de Israel ainda estão por serem vistas, mas sem dúvida introduziu uma nova camada de complexidade ao já intrincado panorama geopolítico do Corno de África.
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