O comércio ilícito de tubarões brancos ameaçados de extinção nos mercados de peixe do Norte da África está a minar os esforços internacionais de conservação e a ter um impacto potencial na indústria pesqueira do Mediterrâneo, de acordo com um novo estudo. Os investigadores estimam que pelo menos 40 tubarões brancos foram capturados e vendidos ilegalmente nos mercados do Norte de África só em 2025, apesar das proteções internacionais.
Esta atividade ilegal ameaça diretamente os meios de subsistência da pesca legítima na região. Os tubarões brancos, embora predadores de topo, desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio do ecossistema marinho. O seu declínio pode levar a desequilíbrios nas populações de peixes, afetando potencialmente a viabilidade comercial das pescas que dependem de um ambiente marinho saudável e diversificado. O custo económico exato desta perturbação é difícil de quantificar, mas os especialistas sugerem que um colapso da população de tubarões brancos pode levar a perdas significativas a longo prazo para a indústria pesqueira.
A indústria pesqueira do Mediterrâneo, avaliada em milhares de milhões de dólares anualmente, já enfrenta inúmeros desafios, incluindo a sobrepesca, a poluição e as alterações climáticas. O comércio ilegal de espécies de tubarões protegidas acrescenta outra camada de complexidade, minando os esforços para promover práticas de pesca sustentáveis e proteger a biodiversidade marinha. A procura de carne de tubarão, barbatanas e outros produtos em certos mercados alimenta este comércio ilícito, criando um mercado negro lucrativo que é difícil de controlar.
A Blue Marine Foundation, uma instituição de caridade sediada no Reino Unido, está a trabalhar com cientistas dos EUA para monitorizar os portos de pesca e sensibilizar para o comércio ilegal de espécies protegidas. No entanto, a vastidão do Mar Mediterrâneo e os recursos limitados disponíveis para a aplicação da lei dificultam o combate eficaz a este problema. A cooperação internacional é essencial para reforçar os esforços de monitorização e aplicação da lei, reprimir as atividades de pesca ilegais e reduzir a procura de produtos de tubarão.
O futuro dos tubarões brancos no Mediterrâneo permanece incerto. Sem uma aplicação mais rigorosa da lei e um esforço concertado para combater o comércio ilegal de espécies protegidas, estes predadores icónicos correm o risco de extinção na região. Isto não só seria uma perda trágica para a biodiversidade, como também poderia ter consequências económicas significativas para a indústria pesqueira do Mediterrâneo e para as comunidades costeiras que dela dependem.
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