A crença de longa data de que o número de seguidores nas redes sociais se traduz diretamente em sucesso comercial está se desfazendo rapidamente, de acordo com executivos da economia de criadores. Essa mudança está forçando uma reavaliação das estratégias de marketing e dos modelos de negócios em todo o setor.
A CEO da LTK, Amber Venz Box, afirmou que 2025 marcou um ponto de virada, com os algoritmos dominando completamente a distribuição de conteúdo, efetivamente desvinculando o número de seguidores do alcance real. Esse sentimento ecoa as preocupações manifestadas pelo CEO do Patreon, Jack Conte, e reflete um reconhecimento mais amplo do setor de que o alcance orgânico em plataformas como Instagram, TikTok e X (anteriormente Twitter) está cada vez mais limitado. A implicação é que os criadores não podem mais confiar simplesmente em acumular seguidores; eles devem cultivar ativamente o engajamento por outros meios.
O impacto do controle algorítmico é particularmente agudo para empresas como a LTK, que opera com marketing de afiliados. A LTK conecta criadores com marcas, facilitando ganhos baseados em comissões sobre recomendações de produtos. Este modelo depende da confiança do público e da influência do criador. A fragmentação da relação criador-público, impulsionada pela filtragem algorítmica, representa uma ameaça significativa ao negócio principal da LTK. Embora os números específicos de receita não tenham sido divulgados, o potencial de diminuição da confiança e do engajamento impacta diretamente o volume de transações de afiliados bem-sucedidas, afetando assim os resultados financeiros da LTK.
A economia de criadores, estimada em um mercado de bilhões de dólares, está agora lidando com as consequências da vigilância algorítmica. As plataformas priorizam o conteúdo com base em fórmulas complexas e muitas vezes opacas, deixando os criadores à mercê desses sistemas. Isso levou a uma corrida por estratégias alternativas, com alguns criadores se concentrando em construir relacionamentos mais profundos com comunidades menores e mais engajadas. Outros estão experimentando conteúdo gerado por IA, o que introduz seu próprio conjunto de desafios relacionados à autenticidade e qualidade.
Olhando para o futuro, o setor antecipa uma ênfase contínua em estratégias diretas ao público, como newsletters por e-mail, plataformas de associação e ofertas de conteúdo exclusivo. O foco está mudando da acumulação passiva de seguidores para a construção ativa de comunidades e o fomento de conexões genuínas. Essa transição exige que os criadores e as empresas que os apoiam adaptem suas abordagens, priorizando o engajamento de qualidade em vez de meros números e explorando novas vias de monetização além da publicidade tradicional e do conteúdo patrocinado. O futuro da economia de criadores depende da capacidade de navegar nesse cenário algorítmico e construir relacionamentos sustentáveis e baseados na confiança com o público.
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