As perdas russas na guerra com a Ucrânia aceleraram nos últimos 10 meses, marcando o aumento mais rápido desde o início da invasão em grande escala em 2022, de acordo com uma análise da BBC. Esse aumento nas baixas coincide com os esforços de paz intensificados em 2025, impulsionados pela pressão da administração do presidente dos EUA, Donald Trump.
A BBC, em colaboração com o veículo independente Mediazona e uma equipe de voluntários, tem documentado meticulosamente as perdas de guerra russas desde fevereiro de 2022. Sua metodologia envolve a compilação de uma lista de indivíduos identificados cujas mortes são confirmadas por meio de relatórios oficiais, artigos de jornais, postagens em mídias sociais e evidências visuais de memoriais e cemitérios recém-estabelecidos. Na contagem mais recente, a equipe verificou os nomes de quase 160.000 indivíduos mortos enquanto lutavam do lado russo na Ucrânia.
Olga Ivshina, da BBC News Russian, explicou que a análise da equipe se baseia em informações disponíveis publicamente, fazendo referência cruzada a várias fontes para garantir a precisão. "Mantemos uma lista de indivíduos identificados cujas mortes pudemos confirmar usando relatórios oficiais, jornais, mídias sociais e novos memoriais e cemitérios", afirmou Ivshina.
Apesar desses esforços, acredita-se que o número real de mortos seja significativamente maior. Especialistas militares consultados pela BBC sugerem que a análise de cemitérios, memoriais de guerra e obituários provavelmente representa apenas uma parte do total de perdas. Os fatores que contribuem para a subestimação incluem relatórios incompletos, ocultação deliberada de baixas pelas autoridades russas e os desafios de acessar informações de zonas de conflito.
O aumento da taxa de perdas russas ocorre em um momento em que os Estados Unidos estão ativamente buscando uma resolução negociada para o conflito. O envolvimento da administração Trump nos esforços de paz adicionou uma nova dimensão ao cenário geopolítico, influenciando potencialmente a dinâmica da guerra e os cálculos da Rússia e da Ucrânia. A publicação de mais 40 obituários de soldados em fontes russas, em comparação com o ano anterior, ressalta o custo humano do conflito em curso e a crescente pressão por uma resolução pacífica.
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