A decisão de Israel de reconhecer Somalilândia como uma nação independente inflamou a controvérsia internacional, atraindo condenação de inúmeros países e organizações. A medida, anunciada na sexta-feira, marca Israel como a primeira nação a reconhecer formalmente a soberania da Somalilândia desde que a região declarou independência da Somália há mais de três décadas.
O Presidente da Somalilândia saudou o reconhecimento como "um momento histórico", enquanto o governo da Somália rejeitou veementemente a decisão, classificando-a como um ataque à sua soberania nacional. A reação sublinha o complexo panorama geopolítico do Corno de África e a disputa duradoura sobre o estatuto da Somalilândia.
A China emergiu como um crítico vocal da ação de Israel. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, disse a repórteres que "nenhum país deve encorajar ou apoiar forças separatistas internas de outros países para seus próprios interesses egoístas". A declaração da China antecedeu uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU convocada para discutir o assunto.
O reconhecimento também foi condenado por uma série de atores, incluindo a Turquia, a Arábia Saudita e a União Africana, refletindo a preocupação generalizada sobre os potenciais efeitos desestabilizadores na estabilidade regional e no princípio da integridade territorial.
A Somalilândia, um antigo protetorado britânico, uniu-se à Somália em 1960, mas declarou a sua independência em 1991, após o colapso do governo central da Somália e uma guerra civil brutal. Apesar da falta de reconhecimento internacional, a Somalilândia manteve um governo funcional, a sua própria moeda e forças de segurança. Também realizou eleições regulares, distinguindo-se da Somália, que tem lutado contra a instabilidade e o conflito.
As razões por trás da decisão de Israel permanecem um tema de especulação. Alguns analistas sugerem que é impulsionada por interesses estratégicos, incluindo o acesso ao Mar Vermelho e o estabelecimento de um ponto de apoio no Corno de África. Outros apontam para potenciais benefícios económicos, como o acesso aos recursos naturais da Somalilândia.
O serviço somali da BBC noticiou que os residentes de Hargeisa, a capital da Somalilândia, celebraram a declaração de Israel. No entanto, as implicações a longo prazo do reconhecimento de Israel permanecem incertas. A medida pode encorajar outros movimentos separatistas em todo o mundo, ao mesmo tempo que isola ainda mais a Somália e complica os esforços para alcançar uma paz e estabilidade duradouras na região. Espera-se que a próxima sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU aborde estas preocupações e considere potenciais respostas à decisão de Israel.
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